quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capital de Giro: Estudo da Ernst & Young

Estudo da Ernst & Young revela queda no capital de giro em 2008

Pesquisa foi realizada com mais de 2.000 empresas dos Estados Unidos e na Europa. Levantamento feito no Brasil também aponta diminuição em relação ao ano anterior.

O capital de giro, uma das principais preocupações das empresas no atual cenário econômico, sofreu queda em 2008 de acordo com o estudo 2009 Working Capital Management Report realizado pela Ernst & Young com mais de 2.000 das maiores companhias dos Estados Unidos e Europa.

Aproximadamente US$ 1 trilhão em capital de giro estaria alocado desnecessariamente, montante que representou 6% das vendas destas companhias. Isso significa que, a cada US$ 1 bilhão em vendas, há oportunidade de melhoria de US$ 60 milhões em capital de giro.

Um levantamento complementar realizado pela Ernst & Young Brasil a partir de informações de mais de 1.000 empresas do País mostra uma pequena redução na necessidade de capital de giro em 2008, ficando em aproximadamente 12,8% da receita líquida, ante a 13,6% no ano anterior.

Essa queda foi influenciada principalmente pelo setor de serviços, que reduziu a necessidade de capital de giro de 12,7% em 2007 para 10,6% em 2008, em função da redução da atividade econômica, que impactou no faturamento do setor.

De outro lado, o setor de comércio teve um aumento na necessidade de capital de giro, passando de 11,2% em 2007 para 12,2% em 2008, em decorrência da necessidade de financiamentos aos consumidores como estimulo às vendas e em razão do aumento da inadimplência. E o setor de agronegócios foi um dos que mais aumentou sua necessidade de capital de giro, passando de 17,6% em 2007 para 18,8% em 2008, principalmente em virtude do aumento dos níveis de estoque - fenômeno evidenciado nas indústrias de commodities como um todo.

O estudo internacional mostra que muitos empresários sentiram a diminuição do crédito e que este tema atingiu o topo das preocupações das companhias. "Apesar do cenário desfavorável, identificamos uma leve retomada da liquidez no final de 2008, incentivada principalmente por pacotes econômicos implantados nos países pesquisados", afirma o gerente da área de transações da Ernst & Young Brasil, Allan Skuropat.

O relatório aponta que 63% das companhias americanas e 50% das companhias européias registraram queda nos níveis de capital de giro em 2008 em comparação ao ano anterior. Os fatores que contribuíram para isso foram as expressivas quedas nas vendas e nas compras nos último meses do ano. A queda na demanda e a volatilidade no preço das commodities também influenciaram a diminuição de liquidez.

De acordo com os estudos, a expectativa de aumento da liquidez em 2009 é conseqüência de algumas políticas bem sucedidas para revitalização da economia. Na maioria dos países pesquisados, os governos elaboraram planos de ajuda fiscal, que tendem a movimentar a economia em uma possível retomada em 2009.

"Como o capital de giro das empresas pesquisadas representa parte significativa do total de ativos das companhias, as medidas do governo acabaram se tornando fundamentais ao aumento da liquidez", destaca Skuropat.

Para auxiliar na administração efetiva do capital de giro, a Ernst & Young ressalta alguns pontos estratégicos, como:



  • Administração apropriada de incentivo para melhorar o desempenho de caixa;

  • Melhora na freqüência, velocidade e acuidade de cobrança;

  • Desenvolver uma cadeia de fornecedores ágil que responda às condições flutuantes do mercado;

  • Construir uma ligação maior e uma colaboração mais próxima entre os diversos participantes da cadeia de valor do capital de giro;

  • Manter métricas que monitorem a saúde financeira de consumidores e fornecedores;

  • Identificar e melhorar os fatores-chaves que impulsionam a criação do capital de giro com erros de previsão, variação de suprimentos, segmentação de clientes, entre outros.

O tratamento adequado do capital de giro possibilita que a necessidade de capital de giro seja otimizada, evitando que grandes montantes de recursos financeiros, de terceiros ou próprios, sejam desnecessariamente investidos nas operações.

No curto prazo, a continuidade de um cenário difícil intensificará a pressão no capital de giro das empresas, eventualmente aumentando a inadimplência e o reconhecimento de perdas, além da possibilidade de complicações na cadeia de fornecimento e aumento da tensão e desgaste entre os participantes da cadeia de valor do capital de giro. Por outro lado, dados recentes indicam que o setor privado está buscando a redução dos estoques, que podem começar a retornar aos níveis normais.

Este ambiente frágil e incerto é diretamente refletido no desempenho do capital de giro de cada empresa. Empresas que possuem uma administração otimizada do capital de giro são menos propensas aos efeitos negativo atuais do que as demais. Dado este fato, existe também a questão se as empresas utilizarão o capital de giro como forma de melhorar seus negócios, reduzir custos, melhorar o serviço e melhorar a administração de risco.

Para as empresas, a administração eficiente do capital de giro oferece a oportunidade de não somente melhorar caixa, custos e serviços, mas também ser mais ágil e flexível em condições econômicas e financeiras que mudam muito rapidamente.

Fonte: Maxpress , via Câmara Portuguesa

2 comentários:

Valter Kiyan disse...

Onde eu consigo este estudo na íntegra?

Grato,
Valter

Alexandre Alcantara disse...

Valter
Já solicitei da Ernst & Young, pois não consegui localizar no site. Assim que tiver a íntegra disponibilizarei no Blog.
Um abç
Alexandre