Fernando Braga
27/06/2010- Correio Brasiliense
Pesquisa mundial feita por uma associação norte-americana mostra que o problema afeta mais as empresas das américas do Sul e Central, onde os prejuízos apurados são maiores. Roubo é feito, na maioria das vezes, pelo alto escalão das próprias companhias
Um olhar um pouco mais atento sobre os números de uma empresa pode resultar em surpresa nada agradável. Estudo da Associação dos Examinadores Certificados de Fraude (ACFE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos apontou que cerca de 5% da receita anual de uma corporação escoam pelo ralo devido a danos provocados propositadamente por funcionários ou membros do alto escalão que agem dentro ou fora dos escritórios. Nos casos de fraude, a perda média para as empresas com sede nas américas Central e do Sul chega a US$ 186 mil (ou R$ 334 mil) — número superior à média mundial registrada, que é de US$ 160 mil (R$ 288 mil).
O problema ganha uma dimensão ainda maior quando a entidade compara o percentual de perda anual das corporações ao Produto Mundial Bruto registrado no último ano. Segundo a ACFE, os prejuízos decorrentes de fraudes podem atingir a cifra de até US$ 2,9 trilhões (ou R$ 5,2 trilhões) por ano.
Segundo a pesquisa, que investigou 1.843 casos ocorridos entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, os responsáveis pelos maiores prejuízos nas empresas das américas Central e do Sul se encontram no topo da administração dos negócios. Aproximadamente 50% dos culpados pelas perdas ocupam cargos de gerência e 17,2% são dirigentes ou proprietários das corporações. Enquanto os casos de fraude cometidos por funcionários de nível mais baixo geram uma perda média de US$ 31 mil, os que envolvem gestores sobem para US$ 250 mil. Ao analisar as fraudes com altos executivos e até mesmo com a participação de sócios-proprietários, o prejuízo é ainda mais relevante: US$ 1,2 milhão.
Perfil
Para o sócio de auditoria com foco em fraude da Ernst & Young José Francisco Compagno, o problema atinge organizações de diferentes portes no país. "Aproximadamente 70% das empresas nacionais já tiveram problemas pelo menos uma vez com fraude. No entanto, à medida que o volume de operações cresce, o risco aumenta ainda mais", diz.
Para Compagno, as fraudes mais detectadas são aquelas que envolvem corrupção ou conflitos de interesses. "Negociações entre departamento de compras e fornecedores para aquisição de materiais superfaturados é um dos problemas. Já os conflitos de interesses ocorrem geralmente em alto escalão, quando um executivo burla um sistema para incluir na relação de prestadores de serviços alguma empresa em que ele possa se beneficiar de alguma forma", explica.
O estudo da ACFE, que ouviu organizações de 106 países, também descobriu que há uma disparidade considerável na análise do perfil dos infratores, quando se analisa os casos ocorridos nos diferentes hemisférios da região americana. Enquanto os homens são responsáveis por 60% dos casos de fraudes que acontecem na América do Norte, essa taxa sobe para quase 81% dos danos detectados nas américas Central e do Sul.
O problema ganha uma dimensão ainda maior quando a entidade compara o percentual de perda anual das corporações ao Produto Mundial Bruto registrado no último ano. Segundo a ACFE, os prejuízos decorrentes de fraudes podem atingir a cifra de até US$ 2,9 trilhões (ou R$ 5,2 trilhões) por ano.
Segundo a pesquisa, que investigou 1.843 casos ocorridos entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, os responsáveis pelos maiores prejuízos nas empresas das américas Central e do Sul se encontram no topo da administração dos negócios. Aproximadamente 50% dos culpados pelas perdas ocupam cargos de gerência e 17,2% são dirigentes ou proprietários das corporações. Enquanto os casos de fraude cometidos por funcionários de nível mais baixo geram uma perda média de US$ 31 mil, os que envolvem gestores sobem para US$ 250 mil. Ao analisar as fraudes com altos executivos e até mesmo com a participação de sócios-proprietários, o prejuízo é ainda mais relevante: US$ 1,2 milhão.
Perfil
Para o sócio de auditoria com foco em fraude da Ernst & Young José Francisco Compagno, o problema atinge organizações de diferentes portes no país. "Aproximadamente 70% das empresas nacionais já tiveram problemas pelo menos uma vez com fraude. No entanto, à medida que o volume de operações cresce, o risco aumenta ainda mais", diz.
Para Compagno, as fraudes mais detectadas são aquelas que envolvem corrupção ou conflitos de interesses. "Negociações entre departamento de compras e fornecedores para aquisição de materiais superfaturados é um dos problemas. Já os conflitos de interesses ocorrem geralmente em alto escalão, quando um executivo burla um sistema para incluir na relação de prestadores de serviços alguma empresa em que ele possa se beneficiar de alguma forma", explica.
O estudo da ACFE, que ouviu organizações de 106 países, também descobriu que há uma disparidade considerável na análise do perfil dos infratores, quando se analisa os casos ocorridos nos diferentes hemisférios da região americana. Enquanto os homens são responsáveis por 60% dos casos de fraudes que acontecem na América do Norte, essa taxa sobe para quase 81% dos danos detectados nas américas Central e do Sul.
Fonte: Correio Brasiliense, via FENACON
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