quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que esperar da temporada de balanços no Brasil?

por Felipe Peroni

Brasil Econômico - 26.10.2010



A temporada de divulgação de balanços corporativos deve ganhar mais movimento a partir desta semana, com a divulgação dos resultados da Vale e dos bancos, que prometem os melhores números.

A expectativa de analistas para os resultados da Vale, com divulgação prevista para quarta-feira (27/10), é de este seja o melhor trimestre da história da companhia.

A empresa tem se beneficiado da recente alta do minério de ferro, que no terceiro trimestre avançou 35% ante o trimestre anterior, e conseguiu aumento no volume de vendas (9%, para 76 milhões de toneladas).

Segundo relatório do Santander, assinado por Marcelo Audi, comparado com o ano passado, "a receita da Vale deve quase duplicar, e o lucro líquido triplicar".

O analista estima que o lucro líquido atinja R$ 9,8 bilhões, 49% acima do trimestre anterior; enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve avançar 44,7% para R$ 13,98 bilhões.

Os bancos também devem ter destaque, acompanhando a evolução do crédito, segundo estimativa do Bank of America Merrill Lynch, em análise de Jorg Friedemann, José Barria e Renato Schuetz.

Os analistas estimam que o Bradesco, que também divulga balanço na quarta-feira, deve apontar lucro líquido de R$ 2,56 bilhões, alta de 4,3% ante o segundo trimestre e de 30% ante o mesmo período do ano anterior.

O Banco do Brasil deve apresentar mais um bom trimestre, com lucro de R$ 1,9 bilhão (excluindo ganhos do Previ), alta de 7,5% ante o trimestre anterior.

Quanto ao Itaú Unibanco, a expectativa da equipe do BofA é de lucro de R$ 3,2 bi (R$ 0,70 por ação), uma queda de 3,4% ante o segundo trimestre. Segundo relatório do banco, o foco deverá ser na coletiva de divulgação, em que a diretoria do banco poderá dar sinais das próximas ações para integrar a recente fusão entre o Itaú e o Unibanco.

Siderúrgicas em queda

Em contraste com o bom momento da mineração, o resultado das siderúrgicas deve sofrer a pressão da alta de custos. Além disso, as siderúrgicas enfrentaram concorrência do aço importado, mais barato com o real apreciado.

Usiminas e Gerdau devem apresentar os piores números, segundo os analistas Felipe Hirai e Thiago Lofiego, do BofA. A estimativa para Usiminas é de um Ebitda de R$ 676 milhões, queda de 22% ante o trimestre anterior. Para a Gerdau, o recuo deverá atingir 15%, para R$ 1,455 bilhão.

De acordo com o banco, a CSN deve manter o resultado forte, sustentada por suas operações em minério de ferro. O time do BofA estima avanço de 1% no Ebitda, para R$ 1,817 bilhão.

Segundo Juliano Navarro, do Banco Espírito Santo (BES), mais de 50% do Ebitda da CSN será proveniente das vendas do minério de ferro.

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