quarta-feira, 15 de abril de 2009

Inglaterra prepara-se para pedir ajuda ao FMI

Londres, 15 de Abril de 2009 - Em meio ao clima sombrio que tomou conta de uma fábrica recentemente ocupada por trabalhadores, John Horscroft recordou de 30 anos atrás, quando greves e agitações no setor industrial eram frequentes no Reino Unido.

"Parece que aqueles dias voltaram", afirmou Horscroft, que, com outros 226 colegas, foi demitido quando uma fábrica de autopeças na região norte de Londres foi fechada no mês passado, depois que a sede da companhia americana Visteon entrou com pedido de concordata para três de suas fábricas no Reino Unido. "Agora estamos juntos, lutando por uma causa."

Enquanto cresce o desemprego e o governo luta para enfrentar os estragos provocados pela recessão, a deterioração das finanças públicas do Reino Unido pode obrigar o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), como aconteceu em 1976, quando a economia do país encontrava-se bastante debilitada.

As especulações de que o Reino Unido possa, uma vez mais, buscar a ajuda do FMI - e tornar-se o primeiro país importante da Europa Ocidental a fazê-lo depois que a atual crise mundial veio à tona - baseiam-se em uma suposição: de que a combinação de suas dívidas exorbitantes e sistema bancário abalado colocará pressão demais sobre a já vacilante moeda britânica, a libra esterlina.

Os números são alarmantes. O país amarga um déficit orçamentário da ordem de 11% de seu PIB, em comparação com as estimativas de 13% apontadas para os EUA este ano. Os analistas defendem que, sem um severo corte de gastos e aumento de impostos, a dívida do governo comandado pelo primeiro-ministro Gordon Brown saltará para 80% da economia nos próximos anos, quando hoje gira em torno de 40%, patamar semelhante a outras economias que enfrentam problemas, como a Grécia e a Itália.

A11(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(The New York Times)

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