quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Brincadeira de mau gosto

"Um absurdo", não há outra palavra para expressar a indignação com a declaração infeliz um presidente de empresa da área de tecnologia. Este senhor não deve ter a mínina noção do que significa controladoria, contabilidade de custos, análise de balanços, contabilidade financeira, contabilidade gerencial, etc. etc. etc. Ainda bem que o órgão que veiculou a notícia fez a devida ressalva, que tudo não passou de uma "brincadeira"!

Imaginar que o contador é um mero despachante do fisco é algo terrível para um CEO de empresa especializada em fornecer "soluções" tecnológicas de apoio ao serviço dos contadores. Imagino que o CFO da mesma empresa não tem esta mesma visão.

Um dos grandes avanços da contabilidade societária foi o seu divórcio da contabilidade para fins tributários. Este CEO talvez não saiba, mas dentro do projeto do SPED Contábil há a previsão do FCONT e e-LALUR, pois a contabilidade societária (ECD) precisa ser ajustada para fins tributários, ou seja o contador continuará fazendo o seu papel, qual seja, fornecer demonstrativos contábeis de alta qualidade, sem ingerência fiscal, para prover os CEO e CFO de informações para tomada de decisão.

Veja a seguir a íntegra da matéria, e ao final o link original do artigo, onde consta vários comentários à esta falta de conhecimento deste senhor.

Contador corre risco de perder função, brinca presidente da Totvs
Fonte: FinancialWeb, 15.12.2009

Laércio Cosentino faz comentário por conta do advento do Sped e formulação de programas completos

SÃO PAULO - Com a evolução da tecnologia,
corre-se o risco de não ser mais necessária a figura do contador. A brincadeira foi feita nesta terça-feira (15) pelo presidente da empresa de software Totvs, Laércio Cosentino, durante tradicional almoço de fim de ano realizado com jornalistas.

A comparação foi feita no decorrer de um bate bate-papo a respeito da evolução do sistema regulatório brasileiro e seus alicerces fiscalizatórios embasados na transmissão de informações em tempo real.

Um exemplo muito discutido foi a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que leva em tempo real à Receita Federal todos os dados contábeis e fiscais praticados pela empresa – praticamente extinguindo a sonegação de tributos.

Neste ambiente de rápida transmissão de dados, os softwares tendem a ser cada vez mais especializados, gerando apenas a necessidade de preenchimento de informações.

“No futuro, o Fisco saberá quando foi o valor gasto no mês com hora extra, remuneração, conta de água, de luz”, comparou o vice-presidente de Gestão de Desenvolvimento, Wilson Godoy. “Isso será bom para a sociedade e para o governo. E é um caminho sem volta”, completou.


Nota da redação:
em virtude comentários feitos na rede, a equipe editorial do FinancialWeb deixa claro que a frase de Cosentino realmente foi proferida em tom de brincadeira, sem qualquer desrespeito ao reconhecido mérito dos profissionais. O intuito da notícia é puramente criar um ponto de discussão a respeito da evolução da carreira do contabilista diante da revolução tecnológica.

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