segunda-feira, 3 de maio de 2010

Contabilidade x Catástrofe Ambiental

Muito oportuno o post de César Tibúrcio sobre o acidente ambiental no Golfo do México, relacionando-o com os reflexos do mesmo na contabilidade da empresa.

A contabilidade ambiental nestes últimos anos tem ocupado um importante espaço nas discussões ambientais. Não há como tratar do assunto sem lembrar da necessidade de mensuração e evidenciação destes importantes eventos de impacto tanbém econômico.

Durante o
1º Encontro Regional Temático da "Campanha Global de Liderança Climática Brasil 2020", ocorrido semana passada em Vitória da Conquista, Bahia, a Drª Célia Sacramento (UFBA), que palestrou no Grupo de Trabalho que discutiu "Políticas Climáticas – Alternativas aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo", alertou sobre a importância da contabildade no contexto das discussões ambientais.

Foto: NASA/AP, via Folha de São Paulo (AAS)

Leia a seguir o texto do Prof. Dr. César Tibúrcio (UNB.

Por que o vazamento do Petróleo no Golfo do México é importante para Contabilidade?


O vazamento de petróleo no Golfo do México faz voltar os olhos para a empresa BP, responsável pela plataforma. Esta notícia é relevante para contabilidade por duas razões.

Em primeiro lugar, existe a questão da mensuração dos efeitos do vazamento sobre a situação financeira da empresa. Isto inclui não somente os custos diretos, que inclui pagamento de indenizações e aqueles desembolsos vinculados as medidas emergenciais para conter o desastre. Existem também os custos indiretos, que pode inclui a reputação, aumento nas despesas de seguros, entre outros aspectos. Para o contador da empresa, o desastre poderá gerar a necessidade de uma provisão para cobrir estes desembolsos futuros.

O segundo aspecto é mais complicado e diz respeito a evidenciação das informações de natureza ambiental. Neste sentido, o histórico da empresa permite concluir que talvez a empresa tenha sido desleixada nas práticas ambientais. Segundo um comentário divulgado pelo Riskmetrics, em abril de 2009, a empresa já apresentava alguns sinais preocupantes nesta área. Anteriormente, acidentes na refinaria de Texas City da empresa, multas de segurança e corrosão em oleoduto indicava existência de sérios problemas ambientais, que custaram a empresa 10 bilhões de dólares, ou 40% do fluxo de caixa das operações. Além disto, a segurança ambiental da empresa estava abaixo da média do setor. Além disto, um relatório mostrou que a empresa sabia dos problemas de segurança da refinaria de Texas City antes do acidente.


Fonte: aqui